sexta-feira, 4 de março de 2011

Padre Pio e os seus carismas

Além do dom da transverberação e das chagas, o Padre Pio de Pietrelcina recebeu de Deus outros dons ou carismas numerosos: jejuns prolongados, êxtases, ciência infusa, introspecção das consciências, profecia, perfume, bilocação, curas, milagres.

Jejuns prolongados

No dia 18 de março de 1915, o Padre Pio, escrevendo de Pieltrecina ao padre Benedito, lhe confidenciou: “A satisfação, caro padre, das necessidades da vida, como comer, beber, dormir etc., causam-me tanto peso, que não saberia encontrar paralelo senão nas penas que nossos mártires tiveram de enfrentar no ato da prova suprema...”

Ele viveu, de fato, até a idade de 81 anos, com pouco mais ou pouco menos de trezentas calorias ao dia. Excluía quase totalmente o lanche e o jantar e, no almoço, limitava-se a provar as iguarias que lhe eram apresentadas. O que lhe dava vida e o mantinha vivo era a eucaristia, “centro” e “motor da minha vida, o meu tudo”, como o Padre Pio costumava dizer.

Êxtase

Muitas vezes durante a santa missa, que celebrava todos os dias com participa;’ao total no sacrifício de Cristo na cruz e com amor infinito, podia-se vê-lo “num estado de absorção em Deus e de suspensão dos sentidos”. Nesse estado podia-se observá-lo também durante o dia, especialmente quando rezava.
Ciência infusa – Introspecção das consciências – Profecia

Num opúsculo intitulado Padre Pio, o padre Nello Castello afirma que médicos, cientistas, políticos, sacerdotes e o homem da rua recorriam a ele para receber conselhos; levavam problemas graves, idéias para serem clareadas, disputas e perguntas difíceis, cada um no próprio nível, e o Padre Pio dava sempre a resposta exata. Não somente, mas em suas cartas, dezenas de vezes ele escreveu: “Jesus pede para dizer-lhe... Jesus diz para escrever-lhe assim...”.

O Padre Pio conhecia as consciências, o futuro, o passado de seus filhos espirituais; um dia, disse a um deles: “Conheço você, por dentro e por fora, melhor do que você pode ver-se no espelho”. Às vezes, ele escrevia e falava línguas que nunca havia estudado.

Profetizou o pontificado de Paulo VI; o fim de alguns homens políticos; que a moeda italiana se tornaria um “papel inútil”; previu a crise econômica, ainda antes de 1960, e o mesmo fenômeno da descristianização atual, ainda na década de 1950.



Perfume

Seria possível que um capuchinho estigmatizado e, como era voz corrente, com fama de santidade, fosse tão vaidoso que se regasse diariamente de perfume precioso, intenso, cheiroso e delicado? Algumas pessoas, que ignoravam esse particular do Padre Pio, se escandalizavam, supondo que esse perfume fosse presente de alguma filha espiritual devota. Quem, no entanto, teve ocasião de percebê-lo sabia que esse perfume especial chegava não somente aos seus fiéis, mas também a pessoas distantes milhares de quilômetros. Percebia-se a distância como “alguma coisa” levada pelo vento e significava a presença espiritual do Padre Pio. Mesmo depois de sua morte, algumas pessoas afirmam tê-lo percebido várias vezes.

O perfume que emanava do corpo trespassado do Padre Pio era também “sinal” de sua castidade angelicamente vivida, imitando o exemplo de seu seráfico pai são Francisco de Assis e de seu não menos seráfico confrade são José de Copertino (17 de junho de 1603 – 18 de setembro de 1663), o santo dos êxtases e dos vôos que – com exceção das chagas – possuía os mesmos dos ou carismas do capuchinho de Pietrelcina, inclusive o perfume.



Curas

As curas realizadas por Deus pela mediação do Padre Pio foram freqüentemente anunciadas ou precedidas de “ondas” de perfume característico, do qual já falamos. As filhas e os filhos espirituais do Padre Pio teriam podido falar de suas experiências pessoais se a obediência não tivesse selado seus lábios. Mas, afortunadamente, houve peregrinos de passagem por San Giovanni Rotondo e todos os que foram beneficiados de modo quase inesperado, que não se cansam de falar dos prodígios aos quais puderam assistir ou pelos quais foram beneficiados.

Bilocações

O dom ou fenômeno da bilocação consiste em encontrar-se simultaneamente em lugares diferentes. Esse dom é concedido quando há uma urgência, um perigo grave, uma alma ou um corpo que devem ser salvos. É um dom, como todos os dons sobrenaturais ou místicos, que é concedido para o bem das almas dos outros e nunca para a glorificação de quem é beneficiário dele.

A propósito desse dom, o próprio Padre Pio deu uma breve explicação ao Padre Paulino, o qual – durante um recreio, falando da bilocação de santo Antônio que, enquanto pregava em Pádua, foi até Lisboa (Portugal) para livrar seu pai de uma condenação já decretada –, disse: “Queria realmente saber como acontece a bilocação: se o santo sabe o que quer, se sabe aonde vai, mas não sabe se é apenas com a mente ou com o corpo e a alma”. Padre Pio, que estava atento, lhe respondeu: “Ele sabe o que quer, sabe aonde vai, mas não sabe se vai apenas com a mente ou se com o corpo e a alma”. Esse fato é de 1944 ou 1945.

Padre Pio teve sua primeira bilocação já em 1905, e àquela seguiram-se muitas outras. Citamos um caso de bilocação acontecido enquanto era servente no Hospital Militar de Nápoles. Numa noite de novembro 1917, pelo Dom de bilocação, salvou da morte certa o general Luiz Cadorna. Este, depois da desastrosa derrota de Caporetto (24 de outubro de 1917), teve de ceder o posto de comandante supremo do exército italiano ao general Armando Diaz. Tendo-se recolhido no Palazzo Zara, sede do comando, em Treviso, pensava em cancelar a perturbadora humilhação com o suicídio. E, numa noite daquele infausto novembro de 1917, decidiu pôr fim à própria vida. Tinha já empunhado o revólver, quando viu entrar em seu quarto um frade capuchinho de barba negra que, com um tom de voz de desaprovação, lhe disse: “Vamos, General, não faça essa loucura!”. O general sentiu o revólver sair-lhe das mãos e cair no chão, mas não viu mais nem a sombra do frade. As sentinelas, logo interrogadas, juraram que não tinham visto nem deixado entrar nenhum frade no apartamento.

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